domingo, 13 de dezembro de 2015

Poesia em homenagem a Camões

Gostaria de compartilhar com vocês um poema que escrevi em minha adolescência, para um trabalho da escola, e em homenagem a Luiz Vaz de Camões.

Os versos deste poema seguem a mesma estrutura e métrica utilizada em Os Lusíadas, que conta uma aventura épica de Vasco da Gama durante as Grandes Navegações.

Homenagem a Camões


                        I

Poema que viajara o mundo inteiro
Por mares nunca dantes navegados
No canto de um poeta verdadeiro
Poeta que, em gestos esforçados,
Cantou, edificou, não foi ligeiro
Todo o tempo em que ficara exilado
E ainda que demonstrasse seu desânimo
Escreveu, escreveu, e foi longânimo.

                        II

Oh, musa inspiradora de um poeta
Dai-me toda a virtude, e os defeitos
Pra que eu chegue ao final de minha meta
Tirai de mim todos os preconceitos
E na velocidade de uma seta
Deixai-me infringir todos os direitos
Desses pequenos corações humanos
Que na verdade, grandes lusitanos.

                        III

Dedico esta poesia ao ilustre amigo
Que canta o novo reino todo em mente
Exilado, viveu como um mendigo
Foi sepultado como indigente
E agora é sempre novo e nunca antigo
Sua palavra consagrada é vigente
Palavras consagradas de um poeta
Ou quem sabe até mesmo de um profeta.

                        IV

Em toda a sua jornada ele escreveu
Cessaram o sábio grego e o troiano
A viagem, com certeza, venceu
Desiludiu e abateu, não foi engano
Assim triste seu encanto se perdeu
E o seu povo, não mais que lusitano
Porque com a sua voz enrouquecida
Cantara a gente surda e endurecida.

                        V

Então, você que escuta aqui presente
Peço pra que escutem com atenção
E leiam cada verso atentamente
Mas para olharem fundo o coração
Nesta grande obra morta e decadente
Decadência que se torna ascenção
Com esta obra que entrego pros leões
Faço uma homenagem a Camões.


Marcelo G. Santana, 1992.